Você já ouviu falar de ciclone extratropical e ficou na dúvida? Não está sozinho. Esse fenômeno aparece nas notícias, mas pouca gente sabe como ele nasce, o que pode causar e, mais importante, como se preparar. Vamos conversar de forma simples e direta, sem termos complicados, para que você possa entender e acompanhar quando ele chegar.
Primeiro, vale lembrar que o ciclone extratropical não tem a mesma cara dos furacões tropicais que costumamos ver no Atlântico. Ele nasce em regiões de clima mais frio, geralmente entre 30° e 60° de latitude, onde o ar quente e o ar frio se encontram. Quando essas massas de ar colidem, cria‑se um forte gradiente de temperatura e, junto com a rotação da Terra, forma um eixo de baixa pressão.
Esse eixo começa a girar e a puxar ventos fortes de todos os lados. A diferença aqui é que, ao contrário dos furacões, que se alimentam de água quente do oceano, o ciclone extratropical ganha energia da própria diferença de temperatura entre as duas massas de ar. Por isso ele costuma aparecer no sul do Brasil, na região sul do Chile, na Austrália ou na Europa.
O que acontece na prática? O centro da baixa pressão se movimenta, trazendo nuvens densas, chuva forte e ventos que podem ultrapassar 100 km/h. O caminho exato depende da corrente dos jatos, da temperatura do oceano e de outras condições locais. Por isso, os meteorologistas acompanham modelos de previsão para estimar onde o ciclone vai passar.
Quando um ciclone extratropical se aproxima, os impactos costumam ser diferentes dos furacões. As chuvas podem durar vários dias, provocando alagamentos em áreas baixas e deslizamentos em encostas. Os ventos fortes derrubam galhos, danificam telhados e atrapalham o trânsito. Se você mora em regiões costeiras, pode ter maré alta inesperada, que aumenta o risco de enchentes.
Para se proteger, a primeira atitude é ficar de olho nas previsões do tempo. Sites de meteorologia, aplicativos de celular e alertas da defesa civil são fontes confiáveis. Quando o aviso indicar risco de ventos acima de 80 km/h ou chuvas intensas, evite viajar se não for essencial.
Dentro de casa, verifique portas e janelas: fechar bem as janelas e deixar cortinas fechadas diminui o risco de vidro quebrado. Se houver objetos pesados no quintal, prenda ou guarde-os para não virarem projéteis. Em caso de risco de alagamento, saiba a rota de evacuação da sua região e mantenha um kit básico de emergência (água, alimentos não perecíveis, lanterna e pilhas).
Depois que o ciclone passar, fique atento a possíveis alagamentos residuais e a riscos de deslizamento. Não entre em áreas alagadas e siga as orientações das autoridades. Lembre‑se de que, embora os ciclones extratropicais não sejam tão devastadores quanto os furacões, eles ainda podem causar prejuízos significativos se não houver preparação.
Em resumo, entender como funciona um ciclone extratropical ajuda a reduzir o medo e a agir de forma mais segura. Fique atento às previsões, prepare sua casa e mantenha um plano de ação para emergências. Assim, mesmo que a tempestade venha forte, você estará pronto para enfrentar sem grandes transtornos.
Um ciclone extratropical formado no oceano intensificou as precipitações no Rio Grande do Sul em junho de 2025, provocando enchentes, deslizamentos e morte. Mais de 127 municípios foram afetados, com precipitações que ultrapassaram 170 mm em 24 horas. O desastre deixou 16 óbitos, 2.600 deslocados e cerca de 5 mil casas danificadas. Rios importantes permanecem acima do nível de inundação e mais de 84 mil residências estão sem energia elétrica. Autoridades emitiram alertas alaranjados e mobilizaram a Defesa Civil para socorro e assistência humanitária.
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