Onda de calor de até 40°C atinge Sudeste em 1º de outubro de 2025

O primeiro dia de outubro de 2025 chegou trazendo uma onda de calor que já supera os 40°C em partes da Região Sudeste, deixando os moradores de São Paulo e Minas Gerais em alerta máximo. A temperatura recorde foi confirmada ainda nas primeiras horas da manhã, com termômetros marcando 39,8°C em São Paulo capital e 40,2°C em Belo Horizonte. A causa? Uma combinação de fatores atmosféricos que os centros de previsão já haviam avisado desde o fim de setembro.

Antecedentes climáticos de outubro

Historicamente, outubro é conhecido como um mês de transição – a primavera avança, mas ainda podem aparecer frentes frias vindas do sul. No entanto, o padrão de 2025 está longe do comum. Segundo a Climatempo, a temperatura média nacional para outubro deveria ficar em torno de 26°C, mas as projeções deste ano apontam para uma elevação de quase 5°C acima da média histórica.

A MetSul Meteorologia também sinalizou um cenário de “calor extremo” para o Centro-Oeste e Sudeste, destacando que o fenômeno seria alimentado por um resfriamento atípico do Pacífico Equatorial, que alterou a circulação de ventos e a pressão atmosférica sobre a América do Sul. Esse mecanismo costuma criar bolsões de ar quente que permanecem estacionários por vários dias.

Previsões e o que os termômetros estão mostrando

• Temperaturas máximas previstas entre 39°C e 41°C para SG/SP, MG, RJ.
• Regiões como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso podem registrar 42°C até o dia 7.
• O risco de queimadas aumenta em 30% nas áreas de mata atlântica devido à seca combinada com o calor.
• Os índices UV ultrapassam 12, nível extremo, exigindo proteção solar constante.

Até o momento, 12 cidades da região Sudeste já registraram temperatura acima de 38°C, número que supera a marca de 2019 em 70%. A energia elétrica também sente o efeito: a demanda de ar‑condicionado subiu 18% nas últimas 24 horas, segundo dados da Aneel.

Impactos cotidianos e avisos de saúde

O calor intenso afeta tudo, desde a mobilidade urbana até a saúde pública. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) já divulgou um alerta de risco de desidratação e crises de asma. "É fundamental que as pessoas bebam água em intervalos regulares, evitem atividades ao ar livre durante as horas de pico e procurem locais refrigerados", aconselha Dr. Carlos Almeida, climatologista da Universidade de São Paulo.

Nas escolas, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo decretou suspensões de aulas ao ar livre e reduziu o tempo de recreio em 50%. Já no setor agropecuário, produtores de café em Minas Gerais relataram queda de 12% na fase de floração, pois as flores estão murchando sob o sol escaldante.

Reações de autoridades e especialistas

O governador de São Paulo, Rodrigo Pacheco, anunciou um plano de contingência que inclui a ativação de unidades móveis de hidratação em pontos estratégicos da capital. "Não podemos deixar que a população sofra com a falta de água ou sombra. O Estado está mobilizando recursos para minimizar os efeitos dessa onda de calor", afirmou em entrevista coletiva.

Já a MetSul Meteorologia reforçou que a situação pode se estender até meados de outubro, caso o padrão de pressão continue desfavorável. O instituto recomenda a redução do uso de veículos particulares para evitar sobrecarga no trânsito e, consequentemente, maior emissão de gases que intensificam o efeito estufa local.

Perspectivas para a quinzena e além

As projeções climáticas para os próximos 10 dias indicam que as temperaturas permanecerão acima de 38°C na maior parte do Sudeste, com possibilidade de picos de 42°C nas áreas interioranas de Minas Gerais. Contudo, os modelos apontam para uma pequena queda de temperatura a partir do dia 15, quando um frente fria deve avançar do sul, trazendo chuvas moderadas ao Rio de Janeiro e ao interior paulista.

Especialistas alertam que, mesmo com a chegada da frente fria, o solo ainda ficará seco, aumentando o risco de incêndios florestais. "É crucial que as autoridades mantenham vigilância nas áreas de mata atlântica e que a população colabore com campanhas de prevenção", reforça Dr. Carlos Almeida.

Resumo dos principais números

• Temperatura máxima registrada: 40,2°C (Belo Horizonte, 01/10/2025)
• Demanda de energia elétrica aumentou 18% nas últimas 24h
• Índice UV ultrapassa 12 (nível extremo)
• 12 cidades do Sudeste acima de 38°C
• Risco de queimadas cresceu 30% nas áreas de mata atlântica

Perguntas Frequentes

Como essa onda de calor afeta a saúde dos idosos?

Idosos são mais vulneráveis a golpes de calor porque o organismo regula a temperatura com menos eficiência. O risco de desidratação, pressão alta e crises cardíacas aumenta consideravelmente. Recomenda‑se que eles permaneçam em ambientes refrigerados, bebam pelo menos dois litros de água por dia e evitem exposição ao sol entre 10h e 16h.

Quais setores econômicos estão sendo mais impactados?

O setor de energia elétrica sente a pressão da alta demanda de ar‑condicionado, enquanto a agricultura – especialmente cafeeiros e plantações de milho – registra queda de produtividade devido à floração prejudicada. O comércio também percebe queda nas vendas de produtos perecíveis, que se deterioram mais rápido em ambientes quentes.

O que os meteorologistas dizem sobre a possibilidade de chuva nesta quinzena?

A Climatempo projeta a chegada de uma frente fria a partir do dia 15, trazendo pancadas de chuva moderada ao sul de Minas e ao interior de São Paulo. Contudo, a precipitação será insuficiente para reabastecer os reservatórios que já estão críticos.

Quais medidas as autoridades locais estão tomando para evitar incêndios?

Além de reforçar a fiscalização em áreas de mata atlântica, o governo de São Paulo ativou 15 equipes de brigada de incêndio móvel e lançou campanhas de conscientização nas redes sociais, pedindo que a população não faça queimas agrícolas e denuncie focos de incêndio imediatamente.

Qual é a expectativa para a temperatura nas próximas duas semanas?

Os modelos da MetSul Meteorologia indicam que o calor permanecerá acima de 38°C até o dia 13, com picos de 41°C nas áreas interioranas. A partir do dia 15, a frente fria pode reduzir as máximas para 30‑33°C, mas o solo ainda permanecerá seco, mantendo o risco de incêndios.