
Bombardeios cruzados entre Irã e Israel elevam tensão regional
O cenário de guerra entre Irã e Israel atingiu um patamar alarmante em junho de 2025. O Irã lançou mísseis em grande escala contra o território israelense na sequência de uma série de ataques israelenses que danificaram pontos estratégicos do programa nuclear iraniano e bases de mísseis.
Na noite de 13 de junho, os iranianos deram início à chamada Operação Verdadeira Promessa III, disparando mais de 150 mísseis contra centros militares e de inteligência em Israel. O objetivo claro era responder aos ataques israelenses, especialmente após a ofensiva aérea que danificou a infraestrutura elétrica e subterrânea do Complexo de Enriquecimento de Natanz, elemento-chave para as ambições nucleares do Irã.
Os ataques iranianos continuaram nos dias seguintes, atingindo áreas centrais como Tel Aviv, Jerusalém e até a Cisjordânia. Na segunda rodada, 25 mísseis foram disparados de uma só vez, mas o sistema de defesa israelense interceptou a maioria das ameaças, reduzindo o impacto direto. Os alvos estavam ligados a bases importantes, por exemplo a Base de Mísseis Tehrani Moghaddam, nomeada em homenagem ao principal engenheiro do programa de mísseis balísticos do Irã, e pontos nas províncias de Teerã e Azerbaijão Oriental.
Do lado iraniano, autoridades relataram 220 mortos, número que pode ser ainda maior. Organizações independentes já contabilizam pelo menos 452 mortes, incluindo civis atingidos tanto em áreas próximas às bases militares quanto em regiões urbanas. Em Israel, houve 24 vítimas fatais causadas pelos mísseis, segundo o próprio governo, além de vários feridos, principalmente nas localidades próximas aos alvos estratégicos.

Fuga em massa, preocupação global e ameaças de escalada
A escalada do conflito gerou um movimento de pânico em Teerã. Após o pronunciamento do presidente norte-americano Donald Trump, que aconselhou a população a deixar a capital imediatamente, milhares de pessoas tentaram fugir da cidade. Rodovias foram tomadas por veículos e famílias levando poucos pertences, com receio de ataques ainda mais devastadores no coração político do Irã.
O mundo assistiu apreensivo a sucessiva troca de mísseis. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condenou os ataques a instalações nucleares, alertando para o alto risco à segurança não só local, mas de toda a região. O temor maior é que danos a estruturas como Natanz possam causar liberação de material radioativo ou acidentes de grande escala, algo que já provocou apreensão até entre países tradicionalmente neutros no Oriente Médio.
Organizações internacionais e blocos como ONU e OTAN pediram insistentemente por uma trégua, temendo que a disputa bilateral vire uma guerra envolvendo outras potências. Outro ponto de risco é a atuação de milícias apoiadas pelo Irã em outros países, especialmente no Iraque, onde grupos já ameaçaram lançar ofensivas contra bases americanas e aliados ocidentais caso o confronto escale ainda mais.
O embate entre Irã e Israel mostra como disputas nucleares e militares não ficam restritas a combates diretos. O conflito mexe com toda a geopolítica e acende o alerta de crises humanitárias, acidentes nucleares e uma possível guerra de extensão imprevisível.